terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fim de greve, o prejuízo é de quem?

Fim da greve dos professores da rede estadual de ensino e parece que nada mudou. ‘Agora sim, meu filho não vai mais ser prejudicado’, disse um senhor na praça aqui perto de minha residência. Meu sobrinho disse que os professores levarão as aulas até junho do ano que vem, ‘sem férias!’ reclamou ele. O governo do estado prometeu pagar o piso em 2012. E então, será que está tudo uma maravilha?
Agora que os professores voltaram às salas fica uma pergunta, alguém ainda está sendo prejudicado? Fora o professor que precisa trabalhar em regime semi-escravista, temos muitos outros prejuízos dos quais a imprensa não faz cobertura. Muitos de nossos alunos freqüentam escolas sem a menor estrutura, sem higiene e segurança, por exemplo.
Por todo o Pará temos escolas caindo aos pedaços, faltando carteiras, material didático, professores qualificados e condições mínimas para uma educação pública de qualidade. Contudo, isso não é notícia. Agora sim, uma vez que os professores voltaram ao regime de trabalho semi-escravo, muitas pessoas devem pensar que os alunos não são mais prejudicados. E viva o governo do estado.
Recentemente estive em um colégio estadual no centro de Belém. O piso era cheio de buracos, as paredes eram pichadas, os ventiladores funcionavam de forma precária e nem vou falar da imundície dos banheiros. Aluno nenhum devia ser submetido a tal situação, mas agora que os professores cessaram a greve, acho que os alunos pararam de ser prejudicados, não é mesmo? Se no centro da capital as escolas estão assim, imagina as escolas do interior do estado.
Sonho com o dia em que o povo perceba qual a origem real do problema, e não ficar tacando pedras onde não é devido. Vamos acordar minha gente, os alunos têm direito a uma escola melhor, os professores têm direito a um salário digno, nós como sociedade temos direito a governantes melhores. Só nossa conscientização política pode transformar todos nossos direitos em realidade, somente nossa união pode construir um país digno, grande e forte, para nós e nossos filhos.

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