terça-feira, 29 de novembro de 2011

Um exemplo de vontade popular (O retorno dos Apinagés)

Aconteceu recentemente em Belém um ótimo exemplo de força e união, uma luta pela vontade popular sobre a tirania de alguns de nossos políticos. A queda de braço entre o vereador Gevársio Morgado (PR) e o movimento popular apartidário Sempre Apinagés, que vinha acontecendo nos últimos meses, teve um desfecho hoje.
Povo não aceitou a mudança
Tudo começou quando um projeto apresentado pelo vereador acima citado trocou o nome da Travessa Apinagés pelo nome de um empresário da cidade, falecido no ano passado. Para muitos a troca foi arbitrária, uma vez que feria o patrimônio cultural da cidade e não houve a consulta popular.
O movimento pressionou o vereador Morgado e a Câmara Municipal de Belém (CMB) pelo retorno do antigo nome que fazia homenagem, como muitas outras ruas de Belém, a uma das nações indígenas que aqui habitavam. A decisão foi unânime (28 a 0), e alguns moradores que vivem na avenida há mais de 40 anos, e que estavam presentes na CMB, optaram por chamar a travessa não apenas de Apinagés, mas de Travessa dos Apinagés.
O brado popular deve ser ouvido
Este movimento é um exemplo de como o povo pode ser forte quando preciso. É importante sempre bater na mesma tecla, observe em que você votou, cobre, compareça na CMB, faça valer seus direitos. Uma pessoa sozinha pode ser apenas uma voz, mas um grupo organizado e que sabe o que quer, pode ser um brado retumbante nos ouvidos dos políticos. Hoje a vitória foi em busca de nossa identidade cultural, amanhã pode ser para melhorias na educação, saúde, segurança pública, melhores condições de vida, melhores salários...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O pensar de um político: Bolsonaro não respeita nem a Presidente

Se falta opções...

Eu tenho muito pouca fé nos políticos brasileiros. Toda eleição é a mesma coisa, eu procuro, procuro e procuro por alguém que tenha um pingo de coerência aliada a responsabilidade social. Quando não encontro pessoas assim, não tenho a menor vergonha de dizer que anulo meu voto. Faço isso com freqüência, mas não de forma irresponsável. Faço por que infelizmente temos muitos picaretas e aproveitadores travestidos de políticos. Uns ficam caladinhos apenas mamando nas tetas (fartas e carnudas) do governo, outros fingem que se importam, outros pensam que democracia é rivalidade (o meu PSDB é melhor que o seu PT), e há quem apenas queira chamar atenção para suas ideias retrógadas como o Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Dilma Rousseff
Em discurso na tribuna da câmara dos deputados em Brasília, ele insinuou com todas as letras que a Presidente Dilma Rousseff seria homossexual. Aparentemente o deputado, que critica e é contra os projetos anti-homofobia do governo, faltou com o decoro ao questionar sobre a sexualidade da Presidente.
Há quem vá promover as ideias do dito deputado, mas o problema que eu vejo é a falta de humanismo do mesmo. O homem tem um Ideal que vai de encontro ao que muitos lutam como igualdade, fraternidade, justiça e oportunidades de se exercer a cidadania em um país que se diz democrático. E algo que me incomoda é que se este senhor está lá, é por que uma parcela significativa da população concorda com tudo o que ele diz e defende.
Jair Bolsonaro
Não concordo com o ponto de vista do referido deputado, mas me pergunto, por que ele não gasta a energia, a facilidade de falar, seu apelo social em coisas realmente relevantes? O Bolsonaro insiste em atrapalhar o trabalho daqueles que estão lutando contra o ódio e o preconceito, seja dentro ou fora das escolas. Será que ódio e preconceito são inerentes ao deputado em questão? Ele alega estar defendendo a família brasileira, mas sendo assim, eu posso afirmar que conheço muitas famílias descentes que partilham do meu medo para com este homem.
No fim das contas o Bolsonaro tem o perfil de um legítimo Bully: ataca todos que são diferentes e não pensam como ele, tudo para chamar atenção para si. Infelizmente, ele é mais um que pode dizer o que quiser, pois é intocável. Contudo, levantar questões sobre a sexualidade da Presidente Dilma foi de uma deselegância enorme, sem falar que o mesmo pode ter cometido o crime de injúria. Mais um exemplo de que nossos políticos aparentam estar perdidos, sem saber o que fazer, sem saber como trabalhar. Quero acreditar sinceramente, que políticos melhores virão. 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fim de greve, o prejuízo é de quem?

Fim da greve dos professores da rede estadual de ensino e parece que nada mudou. ‘Agora sim, meu filho não vai mais ser prejudicado’, disse um senhor na praça aqui perto de minha residência. Meu sobrinho disse que os professores levarão as aulas até junho do ano que vem, ‘sem férias!’ reclamou ele. O governo do estado prometeu pagar o piso em 2012. E então, será que está tudo uma maravilha?
Agora que os professores voltaram às salas fica uma pergunta, alguém ainda está sendo prejudicado? Fora o professor que precisa trabalhar em regime semi-escravista, temos muitos outros prejuízos dos quais a imprensa não faz cobertura. Muitos de nossos alunos freqüentam escolas sem a menor estrutura, sem higiene e segurança, por exemplo.
Por todo o Pará temos escolas caindo aos pedaços, faltando carteiras, material didático, professores qualificados e condições mínimas para uma educação pública de qualidade. Contudo, isso não é notícia. Agora sim, uma vez que os professores voltaram ao regime de trabalho semi-escravo, muitas pessoas devem pensar que os alunos não são mais prejudicados. E viva o governo do estado.
Recentemente estive em um colégio estadual no centro de Belém. O piso era cheio de buracos, as paredes eram pichadas, os ventiladores funcionavam de forma precária e nem vou falar da imundície dos banheiros. Aluno nenhum devia ser submetido a tal situação, mas agora que os professores cessaram a greve, acho que os alunos pararam de ser prejudicados, não é mesmo? Se no centro da capital as escolas estão assim, imagina as escolas do interior do estado.
Sonho com o dia em que o povo perceba qual a origem real do problema, e não ficar tacando pedras onde não é devido. Vamos acordar minha gente, os alunos têm direito a uma escola melhor, os professores têm direito a um salário digno, nós como sociedade temos direito a governantes melhores. Só nossa conscientização política pode transformar todos nossos direitos em realidade, somente nossa união pode construir um país digno, grande e forte, para nós e nossos filhos.

domingo, 13 de novembro de 2011

Poluição sonora, sintoma de um mal maior

A poluição sonora é um sintoma de uma sociedade doente. A sociedade brasileira parece estar em processo de decadência acelerada. Falta estrutura para diversas áreas primordiais como saúde e educação. A falta de educação de algumas pessoas afeta diretamente o bem estar e saúde de outras pessoas. O que falta para a sociedade é se conscientizar de que barulho incomoda a todos, e respeito e fundamental para uma boa convivência.
Hoje acordei ao som de fortes bastidas. O vizinho resolveu trocar o piso da casa dele ou algo do gênero. Sete horas da manhã de um domingo e os pedreiros, que não têm culpa de nada, batem, martelam, trabalham em ritmo de chicotadas, afinal o chefe chega da praia amanhã e quer ver tudo pronto.
Moro em uma rua movimentadíssima, durante a semana o som dos carros e buzinas são bastantes ensurdecedores. Os motoristas gritam, xingam, saem na contra mão e sempre, sempre estão certos. E para ‘alegrar’ todo esse caos, esse mar de mal educação, o carro som anuncia alegremente a subcultura das aparelhagens ‘mulheres e universitários não pagam até meia-noite’ grita o homem pela caixa acústica.
Onde quer que essa festa aconteça, os organizadores do evento não vão se importar nem um pouco se as ‘músicas’ vão incomodar os vizinhos ou não, o que eles querem é ganhar dinheiro de um povo que, infelizmente, sequer sabe se divertir. Um povo que vai voltar depois da festa fazendo barulho pela madrugada, atiçando cachorros, quebrando garrafas e muitos dos quais, assaltando pessoas que saem nas primeiras horas do dia para trabalhar. Trabalhadores cansados que não tiveram uma boa noite de sono, por conta da ‘música’ que tocava alto.
Vendedores ambulantes, carro-som, construções, carros com música alta, lojas com caixas acústicas anunciando promoções, celular no ônibus barulho para dar e ensurdecer. Nada de errado na opinião de muitos, faz parte desse cotidiano ‘maluco’ alegam outros, nada além da boa e velha liberdade de expressão. Bom, a meu ver isso é mais um sintoma de uma sociedade doente, falta-nos amor, compaixão e acima de tudo respeito ao próximo. Faltam-nos políticas que nos ensinem a conviver em sociedade, uma sociedade sadia onde um enxergue o outro, e não que andemos vendados por um mundo de poeira barulho.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

E a greve continua

Só querem o que lhes é de direito,
só querem menos do que merecem.

É triste ver como os nossos professores são tratados. A greve dos professores da rede pública estadual que já está por volta do seu 60º dia continua. A situação é lamentável, mas a greve não pode ser vista como algo ilegal como alguns pregam. Os professores estão sendo tratados de forma arbitrária enquanto que muitos alunos continuam sem aula.
É papel do governo negociar uma saída para o empasse, contudo o poder público insiste em expor os professores como os causadores maiores do problema. Se por um lado os professores insistem em não voltar às salas de aula por causa de seus direitos, pelo outro o governo do estado está irredutível e não pretende pagar o que é devido aos professores.
Colabora com o povo governador!
No meio dessa queda quem perde são os alunos que não têm nada a ver com tudo isso, muitos deles não têm condições de migrar para o ensino privado e acabam sendo muito prejudicados, especialmente aqueles que prestarão vestibular este ano. A imprensa mostra os professores como os culpados da situação, o que leva a opinião de muitos pais e alunos contra os professores. Contudo, há quem não se deixe enganar e consiga ver que os professores querem apenas o que lhes é de direito.
Infelizmente a educação não é prioridade nem no estado do Pará nem no resto do Brasil. O profissional da educação é cada vez mais desvalorizado, e um ponto preocupante é que está sendo criada uma cultura de que a profissão realmente não é digna de valor. É triste saber que o profissional se dedicou quatro anos na universidade para depois ser maltratado e desrespeitado pelo poder público e sociedade em sua maioria. Muitos são insensíveis quanto à importância da educação, parece que os corações dos governantes são tão vazios quanto as salas de aula da rede pública estadual.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pais, crianças, educação e tecnologia

O acesso à Internet faz parte da educação da criança? Há quem pense que basta por comida na mesa, comprar roupas, e mandar para escola. Contudo, os pais são parte fundamental no desenvolvimento da criança. São eles que vão ajudar a construir um cidadão crítico e prepará-lo para exercer sua cidadania. Com o fácil acesso à informação, tecnologia, redes sociais, enfim, a um mundo do qual muitos dos pais não estão acostumados, esse papel ganhou importância maior. O uso adequado, as redes sociais, a prevenção dos males do mundo virtual e os aparelhos de acesso devem ser claramente discutidos com a criança.
Tudo Conectado
Assim como muitos de nossos pais foram recriminados por causa do excessivo uso da televisão, alguns pais de hoje recriminam os filhos por usar a Internet em demasia. O que muitos pais (inclusive pais na faixa entre 20 a 30 anos) não conseguem entender é que a Internet não é uma moda, ou uma febre juvenil. A Internet é um veículo de comunicação que pode ser bom ou ruim. O que vai definir isso é o tipo de educação que a criança está recebendo. É triste ver que há muito usuário que resume a Internet às redes sociais e MSN. Pais que agem dessa forma em frente aos filhos acabam por induzi-los aos mesmos hábitos, privando assim, a criança de muitos benefícios que a rede mundial de computadores pode oferecer.
As redes sociais podem ser fontes de saber cultural
Há quem diga que as redes sociais estão virando domínio de pessoas maliciosas, e que as crianças estariam sujeitas a esse perigo, há quem pense que o Facebook se resume ao CTRL+C e CTRL+V. A verdade é que cabe aos pais educar a criança a como usar as redes sociais. Ensiná-las a não aceitar qualquer pessoa no seu perfil e alertá-las para o fato de que há muitas pessoas que mentem na Internet. As redes sociais podem ser de grande auxílio na formação de um indivíduo critico. Há fóruns dos quais qualquer pessoa pode participar e promover debates sobre diversos assuntos. O Facebook, a mais popular rede social, contém muitas páginas com informações variadas e culturas de diversos pontos do mundo. É uma ferramenta que vai muito além de ‘curtir’ o status do colega, é uma área de compartilhamento de idéias, conhecimento e cultura. Conhecer e aprender sobre cultura seja nacional ou estrangeira, é expandir horizontes.
Uma coisa preocupante na Internet é que a cada dia vemos mais e mais mensagens de ódio. Esse tipo de intolerância, seja ela étnica, religiosa, política ou cultural, deve ser combatida, infelizmente não há como proteger a criança disso. Nesse caso, o diálogo é uma ferramenta importante no combate à intolerância e preconceito. Os pais devem ser amigos e educadores, e estar sempre disponíveis para esclarecer o mundo para a criança. Uma criança bem informada será o adulto responsável do amanhã.
A tecnologia faz parte da vida
Os aparelhos tecnológicos também são considerados vilões, há quem diga ‘Na minha infância eu brincava de pião’, tudo bem, mas a realidade hoje é outra. Não se pode educar a criança hoje como há 30 anos, nem dizer que os jovens estão corrompidos por causa do acesso à tecnologia. Laptops, smartphones, tablets, entre outros são ferramentas do nosso dia a dia. Não há como dizer que eles são vilões quando na verdade eles são ferramentas que facilitam a nossa vida, educação e preparo da criança para lidar com isso é preciso.
União e preparo faz a diferença
Volto a bater na mesma tecla, o problema não é a rede e os meios de acessá-la, e sim a falta de informação. Os pais devem informar-se sobre aparelhos e instruir os filhos de como usá-los. O diálogo é a palavra chave para o preparo da criança frente a tanta informação. Amizade e educação podem mudar o mundo e preparar a criança para viver em um mundo onde tudo está conectado e ao alcance de um toque.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Eu falo por saber o que se passa,falo por ser brasileiro

Eu realmente torço por um Brasil grande, igualitário e digno para todos os brasileiros. Mas se tem uma coisa que aprendi é que o Brasil não vai se tornar uma grande potência da noite para o dia. Talvez esse país justo e ideal que muitos de nós sonhamos nem aconteça neste século. É apenas com uma conscientização da população que poderemos construir alicerces para um futuro melhor. Contudo, devemos tomar cuidado com as propagandas enganosas que volta e meia são veiculadas por aí.
Não sou do tipo também que critica sem um fundamento, mas me sinto extremamente desconfortável com pessoas que insistem em dizer que o Brasil também não é tão ruim como parece, que os poucos pontos positivos devem ser exaltados. Eu acho que o país tem realmente alguns pontos positivos, mas eles não são suficientes para sanar séculos de abuso e exploração, não são suficientes para fazer o povo brasileiro, aquele verdadeiro povo brasileiro, o cansado, o oprimido, o discriminado brasileiro sorrir.
Atualmente circula no Facebook a carta de uma Holandesa, que ninguém sabe o nome ou quem é. A carta cita alguns pontos, que segundo a autora anônima, não são devidamente valorizados pelo povo brasileiro. E de quebra, ataca o brasileiro chamando-o de negativista (sendo Holandesa e anônima, ela deve entender de Brasil e brasileiros).
Ela começa a carta com:
 “Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos”.
Oras, basta ter um pingo de coerência para saber que todos os lugares do mundo têm seus pros e contras, assim como o Brasil. Não acho que seja vicio meu falar do Brasil, acho que eu sei o que se passa aqui e não me deixo vendar com a propaganda que passam. Quem já esteve fora do Brasil sabe muito bem como a imagem do Brasil é passada, para o mundo o Brasil é um pais emergente livre de pobreza. Isso mesmo, o governo Brasileiro vende o Brasil como se não houvesse problemas graves de infraestrutura, saúde e educação. Em outro ponto ela diz se referindo às companhias de telefonia da Holanda.
“Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado”.
Qual a fonte dessa informação? É muito fácil qualquer um se passar por uma Holandesa anônima e afirmar que a peste negra voltou à Europa. Em relação à telefonia apenas posso dizer o que eu sei: Nos EUA você paga uma taxa equivalente a 30 reais pelo serviço de telefone fixo ou móvel, então você fala, manda mensagens e acessa a Internet de forma ilimitada. Enquanto que a cobertura de telefone móvel no Brasil está longe de ser boa.
“Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer”.
Independente de falta de higiene ou não, essa é uma questão cultural. Conheci uma menina Americana que achava muito estranho comer pizza com garfo e faca, vou julga-la por isso?  Palito de dente de Francês é o dedo, e aí? Nós tomamos tacacá diretamente da cuia, o mais engraçado é que BRASILEIROS acham isso um ato de selvageria. Muitos brasileiros demonstram intolerância com o fato de tomarmos tacacá na cuia, chamam-nos de selvagens e mal educados. Assim como temos nossos traços culturais, devemos respeitar os traços culturais de outros povos, não?
“Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne”.
Como se aqui fosse diferente. Essa parece a opinião de alguém que deve ter visitado apenas os grandes centros urbanos do Brasil. Durante o ano de 2011, a secretária de saneamento de Belém considerou apto para funcionamento apenas DOIS açougues em Belém, apenas dois. Quem acha que no Brasil é diferente de outros lugares do mundo, nunca foram em feiras dos subúrbios de Belém entre outros do Brasil.
”Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de ‘Como conquistar o Cliente’”.
A diferença é que Garçons em Paris ganham o suficiente para saúde, educação, lazer e de quebra ter casa e carro próprio. Não que isso justifique o fato do desrespeito, é que no Brasil, se o garçom resmungar vai parar na rua sem direito a nada.
“Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos”.
Se você for ao mais longínquo interior dos EUA, você vai notar que as casa têm a bandeira norte Americana nos jardins frontais de cada residência. Isso sim é um patriotismo, e esse patriotismo é refletido nos filmes e outras manifestações artísticas, o que há de errado nisso? Quem pode julga-los? No Brasil só se é patriota quando a seleção de futebol está na copa do mundo, e se for eliminado eis que o patriotismo acaba mais rápido do que dinheiro de assalariado em dia de pagamento.
Todos que tiveram uma boa educação no ensino fundamental e tem a menor noção de política sabe muito bem porque o Brasil tem muitas montadoras de automóveis. Incentivos fiscais, mão de obra barata, e mesmo assim os carros Made In Brazil não são baratos o suficiente para que a classe menos favorecida tenha um carro próprio.
“O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês”. E quantas dessas empresas de telefonia são brasileiras? Quantas dessas empresas de telefonia oferecem uma cobertura descente e preços acessíveis nos planos e aparelhos? Assalariado só pode ter celular se parcelar no carnê das casas Bahia. E já falei como funciona o sistema de telefonia nos EUA né (país em crise).

Agora respondendo às perguntas da ‘Holandesa’ anônima:

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

Por que a média de um preço de um livro no Brasil é de 50 reais, excluindo grande parte do assalariado e desestimulando a leitura entre jovens e adultos. E nunca custa lembrar que quantidade não significa qualidade.

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

Porque mais de 80% dos bancos são de iniciativa privada internacional. Temos muito poucos bancos públicos nacionais. O maior banco público do Brasil, a caixa econômica, está sucateada e é muito desrespeitosa para como o usuário.

3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?

A propaganda é a alma do negócio. Alguém precisa divulgar as marcas das multinacionais.

4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

Até acredito que pessoas se voluntariem para serviços, mas acho difícil que pessoas que vivam na linha de pobreza ou ricos estejam no meio de pessoas que dediquem seu tempo a trabalho voluntário.

5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

Por que a democracia no Brasil é uma farsa. Aqui em Belém temos o exemplo de vereadores mudando nomes das ruas SEM o consentimento popular. Um ato inconstitucional e desrespeitoso. Vemos oligarquias tomando cada vez mais o poder, pedófilos sendo inocentados (isso por que estão punindo uns aos outros) e a verdadeira vontade do povo sendo deixada de lado por famílias de políticos que visam apenas seus interesses e da iniciativa privada.

Durante as eleições o povo é OBRIGADO votar. O que seria um direito passa a ser um dever, uma obrigatoriedade.

6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?

Para começar em outros países não existe o foro privilegiado, coisa que foi criada durante a ditadura. O politico brasileiro hoje em dia pode fazer o que quiser que não pode sequer ser preso. O voto para julgar culpado ou inocente os atos dos parlamentares envolvidos em corrupção raramente é aberto, facilitando a absolvição dos envolvidos. E ‘punindo os próprios membros’ é muita falta de respeito com nossa cara né? Não faça o Maluf rir.

7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Sim, isso é verdade, tanto os honestos quanto os trombadinhas quando assaltam. Lembro de um caso de um casal de idosos que vieram da Europa conhecer Belém. Os pivetes levaram os documentos e o dinheiro deles entre outros pertence. O comentário que eu mais ouvi foi ‘Quem mandou ser besta, foi se exibir com a câmera e deveu’. Quanta hospitalidade, mas parece inveja.

Acho que o Brasil tem sim seus pontos a serem exaltados, mas a verdade é que se tratando de desenvolvimento humano o Brasil ainda está muito aquém dos Países desenvolvidos. Não temos educação, um professor vale menos que um jogador de futebol semianalfabeto. Nosso país tem jovens de classe média alta, espancam, matam e fazem o que bem entendem com a certeza de impunidade, e o que fazer?

Não escrevo tudo isso por que eu odeie o Brasil o por falta de patriotismo. Apenas odeio ver propagandas na TV e na Internet de um país que não existe. Ver que existem propagandas que foram feitas para mostrar para o mundo que o Brasil evolui, e quando saio não muito longe de casa posso ver pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Há muito que melhorar no Brasil, não nos deixemos enganar por propagandas que mostram um país de ricos, e não do povo ao qual ele realmente pertence. O povo que batalha diariamente para construir um país cada vez melhor, mais digno. Sou brasileiro, e acho que tenho direito de criticar meu país.